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Da comida sacrificada a ídolos: A carta circular dos apóstolos é bem clara: “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos” (At. 15: 29). Terá essa recomendação alguma serventia para nós hoje? Além das festas juninas e dos doces distribuídos no dia de Cosme e Damião, há muitos banquetes consagrados aos deuses das riquezas, às divindades do poder corrupto e corruptor, a aos demônios da permissividade moral e do relativismo ético. Outrossim, cuidado com os restaurantes que, logo de entrada, expõem sua divindade como se fora mero folclore. Não é folclore; é demônio mesmo.
Citação retirada da: Lições Bíblicas, 1º trimestre 2011, CPAD, lição 11, p. 81.
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Custo em acreditar que um comentário como o citado acima ainda perdura no seio teológico pentecostal - diga-se acadêmico. Obviamente que existe um planejamento referente aos trimestres anuais antecipadamente. Contudo, como deixar que algo tão arcaico, no sentido explicativo de conceito de Evangelho, possa ser editado. Fiquei ainda mais admirado em analisar a mesma lição e constatar que foram gastas cerca de quinze palavras para explanar sobre o conceito de Graça. Assunto objetivamente e subversivamente central dentro do concílio de Jerusalém.
Sinto-me menosprezado por tal comentário e sinto que o povo continua sendo, seja, visivelmente ou invisivelmente (aposto neste caso!), controlado de forma infantil. Um comentário como este nem mesmo leva em consideração outras citações concernente ao mesmo assunto. Simplesmente ignoram passagem como:
Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada. (I Tm. 4: 1 – 5 – Grifo meu)
Há um grande paradoxo dentro deste tema. O pentecostalismo critica avidamente o pseudo-pentecostalismo (neo-pentecostalismo) devido suas liturgias estranhas à verdade de Evangelho como, o copo de água com oração. Contudo, ensinamos que um alimento consagrado aos outros ídolos (demônios) que, segundo Paulo, para nós “o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um”, poderá afetar nossa espiritualidade (comunhão), moral (permissividade moral: citado pelo autor do comentário) e obscurecer nossa ética cristã (relatisvismo ético: citado pelo autor do comentário). Paulo ainda afirma: "Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta". E Ele continua: “Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele. (I Co. 8: 1 – 13 – Grifo meu). Apaga-se de forma consciente os ensinamentos do próprio Cristo, nosso Senhor que afirmou: "Não há nada fora do homen que, nele entrando, possa torná-lo impuro" (Mc. 7: 15 - NVI - Grifo meu). Por favor, a expressão, "não há nada", não se trata de uma hipérbole, a sua literalidade é vital dentro deste contexto. Até quando esconderemos do povo que "o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (Rm. 14: 17 - Grifo meu).
O pentecostalismo precisa de mais clareza do Evangelho concernente a liberdade concedida pela Graça. Não me reporto a liberdade de sentido pejorativo, mas sim a verdadeira liberdade proveniente da salvação; do Espírito Santo que tanto enfatizamos. Paulo fora um assíduo defensor da graça, contudo, o que fora comentado na lição reserva-se a isto:
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Da salvação pela graça: Deixam os apóstolos bem patente o seu apoio ao evangelho que Paulo proclamava aos gentios: a salvação pela graça (At. 15: 1).
Citação retirado da: Lições Bíblicas, 1º trimestre 2011, CPAD, lição 11, p. 81.
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O sistema predominante no meio pentecostal, depressivamente, é farisaico. É externo e discriminador. O bom senso é menosprezado e o equilíbrio é tido como perigoso. Com isto, duvida-se do poder transformador do Evangelho e da Graça salvadora de Cristo. O reflexo é visto claramente nestes comentários. Seria uma grande oportunidade às lições Bíblicas ensinarem o amor e o equilíbrio e a não discriminação como Paulo bem ensina em seus escritos. O povo, obviamente, destituídos de materiais teológicos e amordaçados sob pena de rebeldia, cala e consente, inocentemente, com tamanho absurdo.
Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados. (Tito 1:15)