"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente" (Clarice Lispector).







quarta-feira, 30 de março de 2011

Passagem

Em morte, palavras ficam e contam histórias ininterruptas. Páginas e páginas... Retratos descritivos... Eternas orelhas de burro. Em uma vida exposta da palidez do anonimato; escrevinha-se no horizonte sobre a finda humanidade. Dia a dia... Não importa! Na alma lavrada, constroem-se edifícios, amontoam-se palavras diante da janela do ser - não do ter - destestável ostentação. Nesta engenhoca existêncial, busca-se freneticamente o brilho dos olhos infanto, aquele que, outrora, sob o pó, piscavam inocentemente neste incrível sonho chamado: vida.