"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente" (Clarice Lispector).







sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Coerência

Coerência que lhe quero entender, absolver, viver: fatos e ideais.

Se devo fazer, porque não faço? Se está errado, porque não reajo? Se está podre, porque não enterro?

Tímido pela morbidez de minha covardia estonteante, espanto a coerência que me rodeia e escondo-me sobre o monte da argumentação. Que falsa segurança, um castelo de areia em frente a um mar revolto.

Silêncio...

Escute-me agora: há uma única coerência em meio a várias argumentações. Morrendo a coerência, morre a alma; morrendo a argumentação, nascem-se outras.

Não há limite para as argumentações!

A coerência... Sim, a coerência.

Por vezes a encontro sob os montes de lixo das argumentações que me acomodam. Horas chamo estes montes de negligência, mas quem se importa. Enquanto ela permanecer lá embaixo e enquanto minhas argumentações forem convincentes, sigo os passos... Ainda ouso em recitar: “Only God can judge me!”.

A coerência enobrece o coração e dignifica a vida.

É isto!